segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
sábado, 27 de dezembro de 2014
acho
eu penso e investigo
e tento responder à pergunta de sempre:
quem sou?
e me perco em tentativas
e narrativas,
imagino se a resposta não é algo entre
quem eu acho que sou,
quem os outros acham que eu sou
e quem eu acho que os outros acham que eu sou.
no fim, fica a sensação de que
todos estes achos foram demais.
pelo menos, é o que eu acho...
e tento responder à pergunta de sempre:
quem sou?
e me perco em tentativas
e narrativas,
imagino se a resposta não é algo entre
quem eu acho que sou,
quem os outros acham que eu sou
e quem eu acho que os outros acham que eu sou.
no fim, fica a sensação de que
todos estes achos foram demais.
pelo menos, é o que eu acho...
domingo, 21 de dezembro de 2014
tempos inocentes
a gente se volta pro passado com um olhar inocente, imaginando que aqueles, sim, eram tempos bons, tempo de gente mais idealista e inocente. e nem se dá conta conta do quanto a gente não sabe do nosso tempo, mais ou menos na mesma medida em que essa gente não sabia do delas.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
as causas perdidas
já repararam nessa música dos engenheiros do hawaii, dom quixote? dom quixote. sim, sou eu. me identifico com ela. =]
sábado, 13 de dezembro de 2014
condenados à liberdade
condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado no mundo, é responsável por tudo quanto fizer. (jean-paul sartre)
gente
gente
gente que já nasceu
não nascida,
gente que luta pela existência
enquanto tem gente filosofando
sobre o verdadeiro
sentido da vida.
gente estropiada,
cansada,
aniquilada,
gente que não tem
direito a nada,
nem à vida!
gente...
gente?
gente!!!
gente que já nasceu
não nascida,
gente que luta pela existência
enquanto tem gente filosofando
sobre o verdadeiro
sentido da vida.
gente estropiada,
cansada,
aniquilada,
gente que não tem
direito a nada,
nem à vida!
gente...
gente?
gente!!!
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
formiga
formiga
a formiga caminha
decidida. faz seu caminho
pela folha. se acha
senhora de si.
e nem se dá conta
de que a folha em que caminha
está solta no vento,
ao-deus-dará.
soltinha.
a formiga caminha
decidida. faz seu caminho
pela folha. se acha
senhora de si.
e nem se dá conta
de que a folha em que caminha
está solta no vento,
ao-deus-dará.
soltinha.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
coringa revistado
acho que nunca pensaram em fazer o coringa como mulher porque ficaria psico demais. eu sei, tem a arlequina, mas a paixão dela pelo coringa (homem) dá um alívio gigante no terror que poderia inspirar. subalterna demais...
essa daí é a minha versão do coringa e seria, ao mesmo tempo, adorável e terrível. muito pior (ou melhor) que sua versão masculina...
nublado
tá, eu confesso: é algo
entre a inocência e a audácia
essa ância em convocar
um dia nublado
de compania para meu pranto.
mas é que a dor
é minha e tamanha
que não vejo alternativa:
nada menor daria conta
da imensidão.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
luana
o cabelo escorrendo
no pescoço, cuidadosamente
displicente foi arrumado
pra deixar evidente
a tatuagem: um oito deitado.
acho que começo
a entender - visceralmente -
o significado da expressão
"se perder no infinito".
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
a primeira vista
de olhos cruzados
num corretor apertado,
corações tumultuados...
um fim previsível:
enrolados.
num corretor apertado,
corações tumultuados...
um fim previsível:
enrolados.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
de garrafas e cartas
eu queria falar de lacan,
de destinatários e cartas
e relacionar o conceito com garrafas.
mas eu já esvaziei algumas
e fazer relações nessas condições
é coisa problemática.
eu sei que tinha a ver com
cartas em garrafas,
ou com garrafas vazias
que nos fazem escrever cartas,
ou seriam cartas vazias
por causa das garrafas bebidas?
talvez tivesse a ver
com destinatário que não
devia ler, mas leu,
ou, ainda, com garrafa na carta
e remetente que era o destinatário
que, no fim, era eu.
bem, fazia sentido quando
formulei essa relação...
natureza morta
eu não gosto
de natureza morta.
me interesso mais por vida
irresponsável ou livre ou em crise,
em ascenção ou declive,
cheia de ondulações
e todas as possíveis atribulações.
eu... eu quero ver
vida admirável ou torta,
ver os trambiques,
tropicões e chiliques,
o que faz a gente
terminar a noite angustiado
afogando as mágoas num alambique.
quero ver daquilo que te põe a prova,
que te tira do sério,
que te leva pra longe de qualquer limite...
porque lá no fundo,
que importa?
importa que a vida
acaba uma hora.
e que quando a morte
lá na frente,
vier bater à porta,
vai ser uma bosta
não chegar à conclusão
de que todo esse tempo gasto
não valeu nem um tostão.
ou um palavrão de admiração.
algo dito de coração aberto
e boca cheia de convicção:
uau, deu trabalho...
mas foi foda.
de natureza morta.
me interesso mais por vida
irresponsável ou livre ou em crise,
em ascenção ou declive,
cheia de ondulações
e todas as possíveis atribulações.
eu... eu quero ver
vida admirável ou torta,
ver os trambiques,
tropicões e chiliques,
o que faz a gente
terminar a noite angustiado
afogando as mágoas num alambique.
quero ver daquilo que te põe a prova,
que te tira do sério,
que te leva pra longe de qualquer limite...
porque lá no fundo,
que importa?
importa que a vida
acaba uma hora.
e que quando a morte
lá na frente,
vier bater à porta,
vai ser uma bosta
não chegar à conclusão
de que todo esse tempo gasto
não valeu nem um tostão.
ou um palavrão de admiração.
algo dito de coração aberto
e boca cheia de convicção:
uau, deu trabalho...
mas foi foda.
o mar
é de espaços perdidos
e conquistados
do que vai sendo desconstruído
e rearranjado.
é de tempo perdido
ou totalmente e tolamente
aproveitado.
é muito do mar,
que diverte e invade
e sustenta
e deixa molhado.
e conquistados
do que vai sendo desconstruído
e rearranjado.
é de tempo perdido
ou totalmente e tolamente
aproveitado.
é muito do mar,
que diverte e invade
e sustenta
e deixa molhado.
domingo, 7 de dezembro de 2014
a filosofia em ir tocando em frente
vai saber o que tava na cabeça do almir sater e do renato teixeira quando compuseram tocando em frente. nesse artigo na wikipedia, parece eles deram uma ideia de como aconteceu, o almir dedilhando e o renato em epifania, inspirado na melodia.
conversando hoje com a crica, ela achou sartre nessa passagem,
cada um de nós compõe a sua história
cada ser em si
carrega o dom de ser capaz
e ser feliz
ao que eu concordo - não é a toa que eu amo essa mulher. eu vejo tanto a insinuação de que a experiência precede a essência quanto a afirmação de que estamos condenados à liberdade. gosto dessa visão. mas dá pra ir longe, se a gente quiser. eu achei um pouco do budismo, da busca por menos paixões na vida (não sei se quero isso pra mim), como nesse trecho:
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
ou do sócrates e seu "só sei que nada sei", como nesse trecho:
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei
de qualquer forma, acho que essa letra é fabulosa e lida com assuntos complexos numa linguagem simples. e o fato da gente conseguir cruzar com correntes de pensamento de tempos históricos tão distantes só mostra que ainda não tem nada resolvido. tá cada um aí tentando buscar seu equilíbrio.
sábado, 6 de dezembro de 2014
a perdição de sméagol
essa parte em que o gandalf responde ao frodo, que havia acabado de dizer que o gollum merecia morrer é muito forte:
- merece! ouso dizer que sim. muitos que vivem merecem a morte. e alguns que morrem merecem viver. você pode dar-lhes a vida? então não seja tão ávido para julgar e condenar alguém à morte. pois mesmo os muito sábios não conseguem ver os dois lados.
eu gosto de cruzar esse comentário do gandalf com essa cena em que o gollum-sméagol acabou de retomar o anel para si, arrancando o dedo do frodo com uma mordida. eu fico pensando o que passava no coração desse carinha nesse momento, o amor e o ódio que ele nutria pelo anel porque sua vida só girava em torno disso...
não são os grandes que me cativam nessa história. boromir, sam ou sméagol são muito mais interessantes que o frodo, o gandalf ou o legolas.
- merece! ouso dizer que sim. muitos que vivem merecem a morte. e alguns que morrem merecem viver. você pode dar-lhes a vida? então não seja tão ávido para julgar e condenar alguém à morte. pois mesmo os muito sábios não conseguem ver os dois lados.
eu gosto de cruzar esse comentário do gandalf com essa cena em que o gollum-sméagol acabou de retomar o anel para si, arrancando o dedo do frodo com uma mordida. eu fico pensando o que passava no coração desse carinha nesse momento, o amor e o ódio que ele nutria pelo anel porque sua vida só girava em torno disso...
não são os grandes que me cativam nessa história. boromir, sam ou sméagol são muito mais interessantes que o frodo, o gandalf ou o legolas.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
meta-escritos
por que maiúsculas
ou parágrafos ou pontuação
por que não se preocupar menos
com o conteúdo mais com a
forma de transgressão
e daí que faltam vírgulas e pontos
não estou lidando com tontos
queria provocar o leitor
tirá-lo dessa passividade
testar se dava
pra passar minha mensagem com tensão
não me aferrar tanto à formalidade
e olha que nem fui longe me
desconstruindo ainda escrevo da esquerda
para a direita uso vogais apelo
aos coloquiais não usei nenhum neologismo
no fim não tem nada de revolução a parada
é mais simples experimentação
ou parágrafos ou pontuação
por que não se preocupar menos
com o conteúdo mais com a
forma de transgressão
e daí que faltam vírgulas e pontos
não estou lidando com tontos
queria provocar o leitor
tirá-lo dessa passividade
testar se dava
pra passar minha mensagem com tensão
não me aferrar tanto à formalidade
e olha que nem fui longe me
desconstruindo ainda escrevo da esquerda
para a direita uso vogais apelo
aos coloquiais não usei nenhum neologismo
no fim não tem nada de revolução a parada
é mais simples experimentação
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
linguagem
é que eu me canso
dos ismos e dos egos,
tem muito cabeça de prego
me dizendo o que fazer.
tudo gente pedante e chata,
selfólatra,
buscando autoafirmação,
vendendo ética numa estética
pouco voltada à prática...
ou à ação.
velhos modelos novos
apresentados como a grande solução
dos problemas que você
não tinha...
até então.
realidade fabricada?
ela já é virtual,
faz tempo,
quem ainda não percebeu?
se o mundo é todo linguagem,
vamos falar todas essas línguas:
alguém por aí?
dos ismos e dos egos,
tem muito cabeça de prego
me dizendo o que fazer.
tudo gente pedante e chata,
selfólatra,
buscando autoafirmação,
vendendo ética numa estética
pouco voltada à prática...
ou à ação.
velhos modelos novos
apresentados como a grande solução
dos problemas que você
não tinha...
até então.
realidade fabricada?
ela já é virtual,
faz tempo,
quem ainda não percebeu?
se o mundo é todo linguagem,
vamos falar todas essas línguas:
alguém por aí?
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
os trilhos
vou caminhando
e pensando
e me perguntando do caminho.
e não atino com o sentido...
o que levar?
com quem viajar?
onde parar?
quais lugares visitar?
sem respostas definitivas,
continuo caminhando.
e caminhando.
e caminhando.
mas não pelos trilhos.
isso eu aprendi:
trilho não foi feito pra gente.
e pensando
e me perguntando do caminho.
e não atino com o sentido...
o que levar?
com quem viajar?
onde parar?
quais lugares visitar?
sem respostas definitivas,
continuo caminhando.
e caminhando.
e caminhando.
mas não pelos trilhos.
isso eu aprendi:
trilho não foi feito pra gente.
paleta
um pequeno poema ilustrado:
paleta já está tão démodé
que daqui a pouco,
gourmet
vai ser o bom e velho picolé.
paleta já está tão démodé
que daqui a pouco,
gourmet
vai ser o bom e velho picolé.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
trilha sonora
até pareço normal, mas quando estou com o fone, ouvindo minhas músicas... elas viram trilha sonora dos filmes e dos clipes que eu invento com vocês aí, do lado de fora.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
o desate
diante da tarefa
de desatar,
a conclusão de matar:
já não somos nós.
sim, ficou a bela trama,
agora fora de moda,
mosaico de amor e tesão
e erros e acertos
e paixão e tropeços...
mas é hora,
meu deus como é hora,
de uma nova história.
ou melhor, duas:
pra buscar novas texturas e padronagens,
um novo colorido.
de desatar,
a conclusão de matar:
já não somos nós.
sim, ficou a bela trama,
agora fora de moda,
mosaico de amor e tesão
e erros e acertos
e paixão e tropeços...
mas é hora,
meu deus como é hora,
de uma nova história.
ou melhor, duas:
pra buscar novas texturas e padronagens,
um novo colorido.
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