segunda-feira, 24 de novembro de 2014

aaaaaaahhhhhh


aprendizado: intuição

sem o apoio de trailer, crítica ou sinopse, cheguei na bilheteria querendo evitar qualquer filme que falasse de guerra, aventuras, explosões ou emoções extremas... enfim, nada de histórias de amor. meio difícil de adivinhar só pelo título. a próxima sessão era a das oito, o que me dava quase três horas para ficarmos sozinhos eu e meus pensamentos. não era um bom dia pra isso, mas não podia ser diferente.

achei uma mesa vazia num bar próximo. sentei e pedi o de sempre: cachaça. logo comecei a me incomodar, como se alguém sinistro me observasse. não achei ninguém...

uma ou sete doses depois, a sensação de estar sendo observado permanecia, mais forte que nunca. e se tem alguma coisa que eu aprendi nesses anos todos, é que a gente tem que aprender a confiar na intuição. meticulosamente, sondei o ambiente em busca do sinistro. até que o encontrei: na sacada, do outro lado da rua. de terno cinza, camisa e gravata brancas, chapéu escuro. e aquela máscara que não sinalizava nenhuma boa intenção. merda! lá estava ele, imóvel e me encarando, com um braço esticado se apoiando na parede. que estranho...

de fato, a figura era estranha porque era só um manequim.

se tem outra coisa que aprendi com tudo isso, é que há momentos em que a gente deve confiar na intuição e há momentos que não. agora, precisava aprender a diferenciar um momento do outro...

sábado, 22 de novembro de 2014

o problema dos chatos

(publicado em 24/02/2014 no http://umatrapizonga.wordpress.com)
tenho pensado muito sobre álgebra linear nos últimos tempos e de repente me dei conta de que ela poderia ajudar a modelar o pensamento humano. penso que a evolução dessa ideia nos levaria a um amplo desenvolvimento da piscohistória, do hari seldom, personagem de isaac asimov, mas eu não tô muito preocupado com isso; acabei de me deparar com uma possibilidade bem mais atraente: lidar com os chatos, pobres pessoas que não conseguem ocupar muitas dimensões do pensamento.
refletindo sobre essa ideia - ainda não formalizei o estudo, estou só adiantando algo do trabalho, pra ver se alguém mais tem interesse em pesquisá-lo - percebi que o problema do mundo são os chatos. mas penso que dá pra resolver.

engenharia social

























engenharia social

o tecido social se apresenta
em trama justa e padronada.
os fios estirados,
à beira do colapso,
todos coloridos...
artificialmente.

matéria-prima habilmente selecionada:
o fio fraco não serve,
de outra cor, não serve,
de outra textura, não serve.

ainda assim, mesmo após
laborioso processo,
não se chegou a um tecido bonito.

sábado, 15 de novembro de 2014

Gelidez Burguesa




Bertold Brecht não cita explicitamente o termo "gelidez burguesa" em Intertexto, mas tem tudo a ver.

Intertexto
(Bertold Brecht)

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

são só negócios

um pouco de poesia-desenho:


são só negócios

pela eficiência, alinha
o pessoal ao profissional.
exigência dos negócios,
constante aperfeiçoamento.
pecado mortal: o ócio.

a vida planejada em cronograma,
se pauta por metas e marcos.
a felicidade medida na frieza
dos gráficos e indicadores,
monitoração em tempo real,
no colorido dos dashboards.

afinal, a vida precisa de algum colorido...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

imperativo

cercado de imperativos...
é muita gente querendo que eu queira.
é muito do tal do assista,
ou dos insistentes
compre ou venda.

me empurram os assine,
os programe, os entenda.
e já que chegaram a tanto,
devem pensar,
por que não um não perca?

o que há de bom
pra que insistam tanto que eu veja?
ou nessa relação artificial
do tenha com o seja?

quer saber,
vocês que adoram verbos,
tenho um pra vocês: fodam-se!

domingo, 2 de novembro de 2014

Piada velha: a lâmpada

Piada que a gente contava quando era criança... faz teeeeempo!

Pessoalmente, gosto muito da postura do enfermeiro: tem empatia com seus pacientes. =]